História

A área hoje ocupada pelo Principado do Mónaco era já habitada desde a pré-história. Um rochedo, projetado sobre as águas do mar Mediterrâneo, serviu de refúgio a várias populações primitivas. Os lígures, primeiros habitantes sedentários da região, eram montanheses acostumados a trabalhar em condições adversas. A costa e o porto eram a saída para o mar de um destes povoados lígures, Oratelli de Peille.

Mónaco foi fundado como colónia fenícia e mais tarde foi ocupado por gregos e cartagineses, e em seguida pelos romanos. No final do século II a.C.. Durante a ocupação, os romanos edificaram na atual comuna francesa de La Turbie o "Troféu de Augusto", que celebra o triunfo das campanhas militares de Augusto. Durante este mesmo período marinheiros fenícios e cartagineses trouxeram prosperidade à região. Mónaco foi anexado por Marselha e cristianizada no século I.

A partir da queda do Império Romano, no século V, a região foi invadida a intervalos regulares por diversos povos. No século VII tornou-se parte do reino lombardo e no século seguinte, do reino de Arles. Esteve sob dominação muçulmana após a invasão dos sarracenos à França. A partir do século X, após a expulsão dos sarracenos pelas tropas de Robaldo I, conde da Provença, a região começou a ser povoada pouco a pouco.

Em 1191, o território do que é hoje Mónaco foi cedido a República de Génova, como uma colónia. Em 8 de janeiro de 1297 os Grimaldi[5], uma família nobre da República de Génova com ascendência em diversos doges genoveses, ligou-se à fortaleza e colocou a primeira pedra da praça fortificada (hoje o palácio pricipesco)[6]. Seu chefe, Fulco del Castello, obteve de Henrique IV, Sacro Imperador Romano-Germânico, a soberania do conjunto de terras que rodeiam o rochedo do Mónaco e, para atrair uma população estável, concedeu uma série de vantagens como a concessão de terras com isenção de impostos. A partir de então, a região se converteu no objetivo de luta entre os dois grandes partidos de Génova: os gibelinos (partidários do Sacro Imperador Romano-Germânico) e os guelfos (fiéis ao papa), estes últimos aliados dos Grimaldi.

Em 1331, Carlos Grimaldi, filho de Rainier I, reconquistou a região e adquiriu as possessões dos Spinola, aliados dos gibelinos, além dos domínios de Menton e Roquebrune. Carlos Grimaldi (senhor do Mónaco como Carlos I) é considerado por muitos o verdadeiro fundador do principado, e o primeiro senhor do Mónaco. Carlos I morreu em 1357 e seu filho Rainier II combateu aos genoveses até que, em 1489, Carlos VIII, rei da França, e Carlos I, duque de Sabóia, reconheceram a soberania do Mónaco.

Em 1612, Honorato II passou a usar o título de príncipe e senhor do Mónaco. Em setembro de 1641, após uma década de negociações, Honorato II e o rei Luís XIII da França firmaram o tratado de Peroné, pelo qual reconheciam o direito de soberania do Mónaco. O Reino da França assegurou então sua proteção ao príncipe do Mónaco. No mesmo ano os espanhóis foram expulsos do principado.

Durante a Revolução Francesa (1789-1799) o principado foi anexado à França. Em 1815, no Congresso de Viena, Mónaco recuperou parcialmente sua independência, após ser declarado território protetorado do Reino da Sardenha, e, em 1860, o tratado de Viena devolveu totalmente a soberania monegasca, que foi ratificada em 1861 pelo tratado Franco-Monegasco. O príncipe-soberano Carlos III contibuir com o progresso económico do principado. Em 1863, abriu o primeiro casino, e em 1866, o centro Monte-Carlo.

Carlos III governou de 1856 a 1889. Seu filho, o futuro príncipe-soberano Alberto I, promulgou a primeira constituição política do Mónaco, em 1911.

Em 1918, um tratado serviu para delimitar a proteção da França sobre Mónaco. O tratado estabeleceu que a política monegasca estaria alinhada à da França, da mesma forma que os interesses militares e econômicos, bem como que, caso a família Grimaldi não continue a sua linhagem, o principado será absorvido pela França.

A questão da sucessão causou preocupação a Alberto I, que tinha apenas um filho, Luís Grimaldi, marquês de Baux, que era solteiro. Uma fatalidade com o seu único herdeiro e o principado seria devolvido à França (Luís II só viria a se casar em 1946 com Ghislaine Dommanget e não teve filhos legítimos).

Alertado sobre o problema, Luís se apressou em reconhecer sua filha ilegítima, Carlota Luísa Julieta Louvet, nascida em 1898, e fruto de um romance com Maria Julieta Louvet, uma cantora de cabaré.

Carlota Luísa Julieta foi, então, titulada Sua Alteza Sereníssima, Carlota Luísa Julieta Grimaldi, duquesa de Valentinois. Tendo se casado com o conde Pedro de Polignac, em 1920, que aceitou trocar o seu sobrenome para Grimaldi, seguindo a linhagem familiar, e então Carlota foi titulada Sua Alteza Sereníssima a princesa Carlota, duquesa de Valentinois e condessa de Polignac e estilizada como Sua Alteza Sereníssima a princesa Carlota. Quando seu pai tornou-se o príncipe-soberano do Mónaco ela herdou a titulação anterior dele, tornando-se, também, a marquesa de Baux, sendo titulada como Sua Alteza Sereníssima a princesa Carlota, duquesa de Valentinois, marquesa de Baux e condessa de Polignac. Do casamento nasceram dois filhos, a princesa Antonieta Grimaldi, baronesa de Massy, que nasceu em 1921, e o príncipe Rainier Grimaldi, marquês de Baux (futuro príncipe-soberano Rainier III do Mónaco), que veio a substituir o avô no trono do Mónaco, após a morte de seu pai e a abdicação de Carlota em favor do filho, que à época tinha 25 anos. Pela mãe de Carlota ter sido uma cantora de cabarés, a história da princesa é ocultada da maioria dos livros de história do Mónaco.

Uma nova constituição, promulgada em 1962, aboliu a pena de morte, permitiu o voto feminino e nomeou uma corte suprema de Justiça para garantir as liberdades básicas.

Em maio de 1993, o principado tornou-se membro oficial da Organização das Nações Unidas.

Em 2002, um novo tratado entre França e Mónaco especificou que, na ausência de herdeiros por parte da dinastia Grimaldi, o principado continuará como nação independente em vez de ser revertido a território francês. A defesa militar do Mónaco, entretanto, persiste como responsabilidade das forças armadas da França.


Fonte: Wikipédia - a enciclopédia Livre



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